Ontem achei-te tão mas tão mais feliz do que nos outros dias. Cantaste para mim enquanto tentavas fazer com que a febre desaparecesse e eu cumpri a minha promessa: mantive os meus olhos e ouvidos bem abertos para te ver e ouvir.
Obrigado por segurares a minha mão nestes dias mais difíceis que se avizinham. Mesmo sem saberes, ajudas-me a seguir em frente quando o que eu mais quero é fingir que aquele dia não existe. Eu, sem saber, consigo encontrar o meu caminho com os meus dedos entrelaçados aos teus, a toda a hora.
Tu dizes e eu repito as vezes que forem precisas: sou uma criança, a tua criança. Obrigado por me ensinares a andar direita e a dormir quieta. Obrigado pelo gelado a meio da noite e pelos sorrisos no meio de tantas lágrimas. Obrigado por cantares sem te fartares, enquanto fico rabugenta quando tenho sono.
Quero que continues a ficar comigo mesmo quando eu não quero ficar contigo. Quero que fiques comigo mesmo quando eu for mais velhinha e viva apenas para te contemplar. Quero que fiques comigo quando as minhas tardes se passarem a resumir a ti e só a ti.
Nunca percas esse hábito que só tu tens de me afogares em mimos, de me sentares no teu colo no jardim e de me deixares adormecer enquanto falas. Nunca deixes de ser um príncipe e deixa que eu fique a teu lado, com a inesquecível certeza de que é para sempre.
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